PAUTA: A MULHER NO RÁDIO. DESAFIOS E CONQUISTAS, POR RAYLLA VOZ.
Ela que há 25 anos nascera em Sobral, filha de uma família simples, formada pelo sr. Raimundo Nonato Rodrigues dos Santos e a senhora Antônia Claudia Brioso dos Santos, cresceu e criou-se, com seu único irmão, na cidade de Forquilha.
Ainda criança, aos 7 anos, já manifestava sua voz louvando e cantando hinos a Deus em sua igreja. Aos 16 anos começou a trabalhar como manicure e pouco depois foi jovem aprendiz na Grendene. Mas foi aos 21 anos que a vida tratou de trazer de volta a nossa convidada para a área da comunicação, onde a partir daí já emprestava a sua voz para programas de rádio e locuções comerciais.
Fez participações, trabalhou em porta de loja e apesar de todas as dificuldades, tinha certeza de seu dom e sabia que aquele era o seu caminho. No ano de 2019 ingressou nesse curso de jornalismo e passou a abraçar mais e maiores oportunidades.
Passou pelas rádios Pioneira AM 830, rádio Jangadeiro FM de Sobral, e antiga rádio Regional, atual Voz FM, na qual segue seus trabalhos até os dias atuais.
Tem muito orgulho de seu grande amor, o seu companheiro de vida, Rodrigo Rodrigues e está ansiosa por sua formatura, que está prestes a chegar. Como se não bastasse tanto talento, nossa convidada também foi aclamada Miss Forquilha esse final de semana.
Meus amigos é com muito orgulho que apresento a vocês a nossa amiga, colega de classe, radialista, miss, entrevistada, e homenageada desta noite, Raylla Kallyne Brioso dos Santos, a querida Raylla Voz!
Todas as perguntas e respostas a seguir estão em sequência, tendo a letra P representando o que foi questionado pelo repórter Taylor, e a letra R representando as respostas da entrevistada Raylla Voz.
P = Pergunta
R = Resposta
P: Por que Raylla Voz? De onde surgiu esse codinome?
R: Bom, Raylla Voz surgiu devido eu já gostar de trabalhar com música, sempre gostei de cantar e queria algo que não remetesse apenas a locução, mas aos dois, então achei o ‘‘Voz’’ mais apropriado e como coincidentemente, comecei a trabalhar na Rádio Voz FM.
P: Como você ingressou no mundo da comunicação?
R: Comecei bem cedo, com 13 anos fiz um teste no colégio e já vi que tinha uma paixão pela comunicação, e então fui crescendo e as pessoas falavam para mim que eu tinha uma voz bonita, uma voz legal e depois daí a paixão só aumentou.
P: Você acha que hoje em dia é fácil de entrar nesse meio?
R: Sim, não acho difícil. Acho que antes era bem mais porque exigiam uma voz bonita, boa… Hoje não, hoje você precisa ser uma pessoa qualificada, ter um curso de radialista, ser um jornalista. No meu caso, eu estou me formando, e sei aonde quero chegar. Com os meus valores familiares e nunca deixei para trás os meus aprendizados e princípios bíblicos, isso é algo que levo pra mim.
P: Você teve alguma inspiração, uma motivação?
R: Tive sim, a dos meus pais principalmente, eles me apoiaram muito na minha carreira e também inspiração da radialista Márcia Magalhães, sempre adorei o trabalho dela.
P: No começo, quando se iniciou no radialismo, você ficou com dificuldades?
R: Muita, muita dificuldade. Comecei com a Rádio Publicidade e essa era uma rádio pequena de uma cidade pequena e lá a rádio era AM que é bastante política, então somando isso tudo, fica muito preso na politicagem, e eu não queria isso. Queria falar sobre o que as pessoas estavam passando. Queria ser eu, não ficar dando para espaço para política e coisa do tipo. Mas era difícil evoluir ali porque não tinha tanta oportunidade. Fora o fato de ser mulher também que dificultou no processo de introdução em outras rádios.
P: E como mulher? Você enfrentou algumas dificuldades por causa do seu género?
R: Ah sim, sim. Já teve ofertas para um determinado emprego que eu trabalhava e tinha esse funcionário que me ofereceu dinheiro. Cheguei a comunicar ao pessoal da loja sobre isso com outra mulher de lá por me sentir mais confortável, mas infelizmente não aconteceu nada e não obtive o apoio necessário.
P: Quais são os principais desafios de quem atua nessa área?
R: Bom, os principais desafios de quem atua nessa área de locução variam muito, mas ser mulher já dificulta um pouco mais. No meu caso, também teve a questão da distância, das poucas oportunidades, cidade pequena e muitos outros.
P: Você começou sua carreira com 21 anos, agora com 25 você percebe muita diferença esse campo da comunicação?
R: Com certeza. Quando comecei ainda tinha poucas pessoas interessadas e pouco espaço. Hoje não, eu vejo que as pessoas estão mais interessadas pelo rádio e é muito bacana porque o mercado precisa de mulheres, entende?!
P: Qual foi a sua maior conquista até agora nessa caminhada toda?
R: Ah! Têm muitas conquistas! Pisar aqui em uma universidade é uma conquista enorme. A minha família é muito simples e então quando eu falei para os meus pais que ia para a faculdade e pedi os documentos deles e tudo mais, dava para sentir que era uma conquista sendo realizada.
P: Há um recado a dizer para todas as mulheres que querem ingressar nesse mundo também?
R: Bom, quando comecei no curso de jornalismo, já trabalhava nesse ramo, só que na minha cidade e eventualmente, acabei saindo. Havia feito locução no sistema lotérico do Ceará e portas de loja, então num belo dia, estava na loja fazendo locução, quando o diretor da Jangadeiro FM, Isaac Rancine, me viu e me fez um convite para uma entrevista, nessa época já era acadêmica e tudo mais, por isso que a importância de você fazer o curso que gosta e tentar sempre estar no meio porque no momento que ele me chamou, eu já tinha ingressado na faculdade e isso deu um levante total no currículo.
Entrevista concluída. Junto toda a equipe participante. Hilary Deize (Registros); Raylla Voz (Entrevistada); Taylor Heitor (Entrevistador); Thiago Taylor (Apresentador); Augustiano Xavier (Professor).