Desde a sua fundação, Sobral destaca-se por suas atividades. A Fazenda Caiçara, que deu origem a cidade, era um polo de convergência das boiadas que se dirigiam para os grandes centros consumidores. o Theatro São João por sua vez foi construído durante a maior seca do Ceará (1877-1879), junto com ele veio uma enxurrada de simbolismo para os sobralenses, com uma arquitetura neoclássica que surpreende pela sua beleza. Foi palco de grandes desenvolvimentos de artistas ao longo das gerações locais.
Restaurado no ano de 2004 e inaugurado no dia 29 de dezembro do mesmo ano pelo ministro da Cultura Gilberto Gil, o Teatro trouxe uma nova referência de arte para os cidadãos, tendo sua arquitetura inspirada no Teatro Santa Isabel de Pernambuco. Indiscutivelmente o Teatro São João é um marco da vanguarda sobralense é um espaço de formação ética, estética, técnica e artística, educação e formação de plateias, arte/educação, difusão e produção da cultura local.
“Sobral possui um vasto acervo de monumentos culturais e o Teatro São João faz parte, é algo que enriquece a cultura do sobralense pois ele estimula a nossa criatividade através de espetáculos e dá arrepios com os concertos. Por fim, é possível dizer que é um espaço de aprendizagem e acolhimento” ressalta a jovem Ariely Meneses, estudante de odontologia e apreciadora da cultura local.
“Tom na Fazenda“, foi um marco na história do Teatro Sobralense, a primeira peça a ser apresentada pós pandemia, com direção de Rodrigo Portella, Armando Babaioff, idealizador do projeto, vive o publicitário Tom, que abalado com a morte do namorado, resolve ir à fazenda da família dele para acompanhar o funeral. Lá descobre que Agatha, vivida por Kelzy Ecard, desconhecia a existência dele e nunca soube que o filho era gay. Com poucos elementos cenográficos a trama enfatiza o embate entre os personagens, principalmente entre Tom e Francis, que vivem um misto de repulsa e atração, ódio e amor. Tornando-se um marco para esta reabertura que teve todos os seus ingressos vendidos.
Anderson Pontes, vive assiduamente flutuando pelos movimentos culturais em Sobral, comenta sobre esta obra. “Foi incrível ver uma peça novamente no Teatro, eu assisti o espetáculo Tom na Fazenda e fiquei admirado do início ao fim por conta da sua particularidade e do contexto crítico, não vejo a hora de voltar mais vezes. É muito bom sentir que há espaço para a cultura em Sobral crescer.”
Inaugurado em setembro de 1880, o Theatro São João, símbolo máximo da manifestação cultural desta cidade no Norte do Estado, ergue-se imponente ao longo dos anos em meio à Praça de mesmo nome, que juntos formam um dos cartões-postais da Princesa do Norte.
Para se manter em sintonia com os novos tempos, o espaço teve que ser inserido num contexto de formação e renovação estética, técnica e artística, além do incentivo à educação e formação de plateias, difusão e produção da cultura local. Para isso, seu funcionamento e democratização de uso são definidos por meio de Edital de Ocupação, semestralmente (janeiro e julho), que regulamenta o uso do Theatro para apresentações de espetáculos teatrais, de dança e música, de acordo com as normas definidas pela Secretaria da Cultura e do Turismo de Sobral.
“Encantada”, foi assim que se sentiu a estudante de serviço social, Natalia Morais, quando entrou no Theatro pela primeira vez para assistir uma trama. Moradora de Sobral há 5 anos, ela conta que sempre admirou a beleza do prédio, mas que, pela imponência, se sentia envergonhada em estar ali. Mas esse receio foi posto à prova após o convite de uma amiga para ver um espetáculo gratuito. “Eu nunca imaginei que entraria no Theatro algum dia. A gente pensa logo em espetáculos caros, distantes da realidade econômica, mas estava enganada. Naquela noite me diverti muito. Eu achei agradável o ambiente, e quero voltar novamente”, afirmou.
Por: Thailane Morais, Gustavo Vieira, Gustavo Abreu, Avelino Neto
Acadêmicos da disciplina de Jornalismo Digital- Semestre 2022.2
Foto: Pedro Cavalcante